Resumo
O livro educação um tesouro a descobrir, como o próprio titulo já aponta, trata-se de um relatório encaminhado à UNESCO; o mesmo visa lançar reflexões sobre os caminhos que a nova sociedade dos séculos XX e XXI devem traçar no sentido de promover uma educação de qualidade a jovens e adultos. Nesse sentido, nosso resumo, a partir dos três capítulos (4, 5 e 6), buscará destacar as principais referências que o mesmo aponta para se entender e se chegar a essa qualidade do aprendizado.
Dito isto, observamos que o autor, Jacques Delors já adianta no inicio do quarto capitulo que, “... o próximo século submeterá a educação a uma dura obrigação que pode parecer, à primeira vista, quase contraditória”. Fica claro então, por meio desta afirmação, a grande responsabilidade não somente dos educadores, mas de toda uma sociedade no processo de assimilação e transmissão do conhecimento. Para que tais objetivos sejam alcançados o autor ainda afirma que, “Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada individuo, os pilares do conhecimento...”(pág.90). Que são eles: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a viver junto com os outros e aprender a ser.
São instrumentos de aprendizagem indispensáveis para que a educação seja de fato, um norte a ser seguido numa sociedade cada vez mais veloz em suas transformações; segundo Delors, “À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele”. (pág. 89). Não obstante, ao apontar como essenciais os quatro pilares que a educação deve se apoiar, o autor admite que o “ensino formal” dar uma maior ênfase somente ao “... aprender a conhecer e ao aprender a fazer” (pág.90). Nesse sentido, Jacques Delors destaca que o “fundamento” no qual objetiva essa aprendizagem por meio dos quatro pilares, é levar o ser humano a adquirir “... o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir”. (pág.91).
Entretanto, alguns obstáculos se apresentam no processo de conhecer e por conseqüente no processo de aprender, pois, de acordo com o autor, “Desde a infância, sobretudo nas sociedades dominadas pela imagem televisiva, o jovem deve aprender a prestar atenção às coisas e às pessoas”.(pág.92). Áliás, como bem explicita a obra, trata-se de algo difícil de ser realizado, uma vez que, “A sucessão muito rápida de informações mediatizadas, o “zapping” tão freqüente, prejudicam de fato o processo de descoberta, que implica duração e aprofundamento da apreensão”. (pág.92).
Em uma sociedade industrial, mas que, os processos de industrialização estão em constante evolução, a transmissão do conhecimento, de acordo com Delors, não deve restringir-se a, “... continuar a ter o significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo participar no fabrico de alguma coisa”. (pág.93). Ou seja, “... a aprendizagem não se destina, apenas, a um só trabalho mas tem como objetivo mais amplo preparar para uma participação formal ou informal no desenvolvimento”. (pág.96). Tal aprendizagem significa, na concepção do autor, oferecer uma maior “qualificação social” do que “profissional”.
Na seqüência do seu estudo, Jacques Delors, empenha-se em trabalhar a questão do aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros, é digno de nota apontarmos que segundo o autor, tal tarefa representa o maior desafio da educação; esse desafio consiste para Delors, no fato de que atualmente, existi um “... clima geral de concorrência que caracteriza, atualmente, a atividade econômica no interior de cada país, e sobretudo em nível internacional...” (pág.97). Naturalmente esse clima, abre espaço à “... Competição e ao sucesso individual”. Devemos assinalar ainda, que Jacques Delors, nesse particular, faz uma análise critica da educação ao afirmar que, “É de lamentar que a educação contribua, por vezes, para alimentar este clima, devido a uma má interpretação da idéia de emulação”.(pág.97).
Esse espírito de competição também acaba fomentando o preconceito entre os grupos sociais, assim, para que se tenha uma interação saudável entre esses diversos grupos sociais, Jacques Delors destaca que, “A educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta”. (pág.97). Argumentando que deve sim, haver um confronto dessas diferenças, mas, um “... confronto através do dialogo e da troca de argumentos...”; é por meio desse dialogo que o ser humano será capaz de “... elaborar pensamentos autônomos e críticos e... formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstancias da vida”. (pág.99).
Já no quinto capitulo, Jacques Delors focaliza inicialmente, na missão dos educadores e da educação, segundo ele deve-se a mesma, ter a capacidade de englobar “... todos os processos que levem as pessoas, desde a infância até ao fim da vida, a um conhecimento dinâmico do mundo, dos outros e de si mesmas, combinando de maneira flexível as quatros aprendizagens fundamentais...” (pág. 104). Nesse sentido o autor dar uma maior ênfase à constante transformação do mundo e por conseqüente, às exigências impostas pelo progresso tecnológico e cientifico, que requerem de todos “... uma maior competitividade...” e deste modo, “... fazem com que os saberes e as competências adquiridos, na formação inicial, tornem-se, rapidamente, obsoletos e exijam o desenvolvimento da formação profissional permanente”. (pág.104).
De acordo com o que foi dito acima, encontra-se para Delors, o principal foco e missão da educação, que segundo ele, “A educação ao longo de toda a vida torna-se assim, para nós, o meio de chegar a um equilíbrio mais perfeito entre trabalho e aprendizagem bem como ao exercício de uma cidadania ativa”. (pág.105). Sobre essas questões, o autor insiste em destacar “... a responsabilidade da sociedade no domínio da educação...” que não “... depende, unicamente, de sistemas educativos”. (pág 110). Num mundo em que a força midiatica é cada vez maior, a mesma deve, segundo Jacques Delors, ser vista como, “... Parte integrante do nosso espaço cultural, no sentido mais amplo do termo. Os seus objetivos não são, necessariamente, de ordem educativa, mas tem um poder de sedução bem real, e é importante levar isso em conta’. (pág.115).
Já no sexto capitulo, o autor dar uma maior ênfase aos papeis que devem ser desempenhados tanto pelo ensino básico, quanto pela universidade; assim, Jacques Delors afirma que, É no seio da família mas também e mais ainda, ao nível da educação básica (que inclui em especial os ensinos pré – primário e primário) que se forjam as atitudes perante a aprendizagem...(pág.121). Nesse contexto, o autor reconhece que a qualidade do processo ensino – aprendizagem, constitui “... um dos grandes desafios dos finais do século XX”. (pág 122). Pois, somente assim, na interpretação de Delors, seremos capazes de “... Lutar com êxito contra as desigualdades quer entre sexos, quer no interior dos países ou entre eles”. (pág. 123). Mais uma vez, Jacques Delors atenta para a importância qualitativa dos sistemas educativos, segundo ele nesse processo, “... é preciso prestar particular atenção à qualidade do ensino”. (pág. 127).
Admitindo a grande importância da família no processo educativo, na seqüência das suas observações, Jacques Delors, por outro lado, aponta para a importância dos centros educativos quando, o núcleo familiar é deficiente, “A família é a primeira escola da criança, mas quando o meio familiar falha ou é deficiente, incumbe à escola manter vivas, ou mesmo fornecer, as potencialidades de aprendizagem”. (pág. 130). Não obstante, o autor mostra-nos o quanto é importante termos uma sociedade comprometida com a aprendizagem, uma vez que isso ocorra, a resolução dos diversos problemas são mais eficazes quando as “... comunidades locais... se esforçam por resolver os seus próprios problemas, aperfeiçoar-se e organizar-se, revelou-se uma solução mais eficaz do que as ações vindas de cima, visando impor o progresso”. (pág.132).
Ao refletir sobre o ensino secundário, Jacques Delors argumenta que o mesmo “... parece cristalizar muitas das esperanças e das criticas que suscitam os sistemas formais”. Isso se deve, segundo o autor, ao fato de famílias e alunos, considerarem-no “... fracassar na preparação dos jovens, tanto para o ensino superior como para a entrada no mundo do trabalho”. (pág. 134). Ou seja, para Delors, “A responsabilidade do ensino secundário é, pois, imensa porque é muitas vezes durante essas fase da vida escolar que o futuro do aluno ganha forma”. (pág. 139).
Jacques Delors na seqüência de suas reflexões, assinala a questão do ensino superior, nesse sentido o autor destaca que, “... o ensino superior constitui um fardo muito pesado para certos países mais pobres, freqüentemente com dificuldades orçamentais”. (pág. 140). Por outro lado, o autor admite que os centros universitários são os responsáveis por reunir, “... um conjunto de funções tradicionais associadas ao progresso e a transformação do saber: pesquisa inovação, ensino e formação, educação permanente”. (pág. 141). Segundo Delors tal importância das universidades, devem ser usadas também, No âmbito do seu papel social, para se discutir e encontrar resoluções para as “... grandes questões éticas e cientificas com as quais se confrontará a sociedade de amanhã...” (pág. 141).
Não obstante, o autor lembra-nos que, “As universidades tiveram de conceder mais espaço à formação cientifica e tecnológica para corresponder à procura de especialistas que estejam a par das tecnologias mais recentes...” (pág. 143). Assim, Jacques Delors destaca ainda que, “Além da tarefa de preparar numerosos jovens para a pesquisa ou para empregos qualificados a universidade deve continuar a ser a fonte capaz de matar a sede de saber...” (pág. 144).
Quando aborda as relações entre os núcleos de ensino superior dos paises ricos e os países em desenvolvimento, Delors afirma que, “... as universidades e os governos dos países “ricos em saber” deveriam esforça-se por todos os meios para aumentar o potencial e a capacidade de acesso à informação das regiões mais pobres do mundo”. (pág. 146). Uma outra questão digna de nota e que o autor confere empenho em retomar, diz respeito ao “objetivo” que todos os envolvidos com a educação devem seguir, tal objetivo na concepção de Jacques Delors é, “... reduzir a vulnerabilidade social dos jovens oriundos de meios marginais e desfavorecidos, a fim de romper o circulo vicioso da pobreza e da exclusão”.(pág.147).
De resto, Jacques Delors avalia criticamente o fato de muitos jovens que não possuem um diploma escolar, ficarem em uma enorme desvantagem na hora de conquistarem um emprego; “... o diploma adquirido no fim da escolaridade constitui ainda, muitas vezes, a única via de acesso a empregos qualificados...”. O autor congrega com a idéia de que deve-se dar um reconhecimento às competências desenvolvidas fora do ambiente escolar, “É, pois, importante que as competências adquiridas, ...durante a vida profissional, possam ser reconhecidas pelas empresas mas também pelo sistema educativo formal...” (pág. 149).
Por fim, queremos concluir pontuando que o autor, juntamente com a UNESCO, conseguiram traçar um importante panorama da educação. Bem como, as necessárias mudanças que se devem fazer para que todos, jovens e adultos, possam valer-se de um ensino capaz de atender as exigências de um mundo cada vez mais veloz em suas transformações e por conseqüente, com um mercado de trabalho cada vez mais especializado.
Por outro lado, essa importante obra não aponta somente para uma educação voltada ao mercado de trabalho, mas sim, que sua abrangência e qualidade possa ser capaz de ultrapassar esses limites. Ao que para ser concretizado, e fica bem explicitado no livro, requererá uma maior participação não somente dos governos, mas, de toda a comunidade comprometida com o progresso material, cultural e intelectual da sociedade global. Progresso esse, que almeje uma significativa redução das desigualdades existentes. No âmbito da sociedade civil pede-se uma maior participação nas escolas e um melhor aparelhamento do núcleo familiar. Aos governos e países, pede-se o estabelecimento de cooperações entre as nações desenvolvidas e as que ainda encontram-se em dificuldades de alcançar tal desenvolvimento. Portanto, educação: um tesouro a descobrir, conclama todos a se envolverem nessa grande missão que se chama educação.
Bibliografia:
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. – 3 ed. – são Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 1999.
O livro educação um tesouro a descobrir, como o próprio titulo já aponta, trata-se de um relatório encaminhado à UNESCO; o mesmo visa lançar reflexões sobre os caminhos que a nova sociedade dos séculos XX e XXI devem traçar no sentido de promover uma educação de qualidade a jovens e adultos. Nesse sentido, nosso resumo, a partir dos três capítulos (4, 5 e 6), buscará destacar as principais referências que o mesmo aponta para se entender e se chegar a essa qualidade do aprendizado.
Dito isto, observamos que o autor, Jacques Delors já adianta no inicio do quarto capitulo que, “... o próximo século submeterá a educação a uma dura obrigação que pode parecer, à primeira vista, quase contraditória”. Fica claro então, por meio desta afirmação, a grande responsabilidade não somente dos educadores, mas de toda uma sociedade no processo de assimilação e transmissão do conhecimento. Para que tais objetivos sejam alcançados o autor ainda afirma que, “Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada individuo, os pilares do conhecimento...”(pág.90). Que são eles: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a viver junto com os outros e aprender a ser.
São instrumentos de aprendizagem indispensáveis para que a educação seja de fato, um norte a ser seguido numa sociedade cada vez mais veloz em suas transformações; segundo Delors, “À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele”. (pág. 89). Não obstante, ao apontar como essenciais os quatro pilares que a educação deve se apoiar, o autor admite que o “ensino formal” dar uma maior ênfase somente ao “... aprender a conhecer e ao aprender a fazer” (pág.90). Nesse sentido, Jacques Delors destaca que o “fundamento” no qual objetiva essa aprendizagem por meio dos quatro pilares, é levar o ser humano a adquirir “... o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir”. (pág.91).
Entretanto, alguns obstáculos se apresentam no processo de conhecer e por conseqüente no processo de aprender, pois, de acordo com o autor, “Desde a infância, sobretudo nas sociedades dominadas pela imagem televisiva, o jovem deve aprender a prestar atenção às coisas e às pessoas”.(pág.92). Áliás, como bem explicita a obra, trata-se de algo difícil de ser realizado, uma vez que, “A sucessão muito rápida de informações mediatizadas, o “zapping” tão freqüente, prejudicam de fato o processo de descoberta, que implica duração e aprofundamento da apreensão”. (pág.92).
Em uma sociedade industrial, mas que, os processos de industrialização estão em constante evolução, a transmissão do conhecimento, de acordo com Delors, não deve restringir-se a, “... continuar a ter o significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo participar no fabrico de alguma coisa”. (pág.93). Ou seja, “... a aprendizagem não se destina, apenas, a um só trabalho mas tem como objetivo mais amplo preparar para uma participação formal ou informal no desenvolvimento”. (pág.96). Tal aprendizagem significa, na concepção do autor, oferecer uma maior “qualificação social” do que “profissional”.
Na seqüência do seu estudo, Jacques Delors, empenha-se em trabalhar a questão do aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros, é digno de nota apontarmos que segundo o autor, tal tarefa representa o maior desafio da educação; esse desafio consiste para Delors, no fato de que atualmente, existi um “... clima geral de concorrência que caracteriza, atualmente, a atividade econômica no interior de cada país, e sobretudo em nível internacional...” (pág.97). Naturalmente esse clima, abre espaço à “... Competição e ao sucesso individual”. Devemos assinalar ainda, que Jacques Delors, nesse particular, faz uma análise critica da educação ao afirmar que, “É de lamentar que a educação contribua, por vezes, para alimentar este clima, devido a uma má interpretação da idéia de emulação”.(pág.97).
Esse espírito de competição também acaba fomentando o preconceito entre os grupos sociais, assim, para que se tenha uma interação saudável entre esses diversos grupos sociais, Jacques Delors destaca que, “A educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta”. (pág.97). Argumentando que deve sim, haver um confronto dessas diferenças, mas, um “... confronto através do dialogo e da troca de argumentos...”; é por meio desse dialogo que o ser humano será capaz de “... elaborar pensamentos autônomos e críticos e... formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstancias da vida”. (pág.99).
Já no quinto capitulo, Jacques Delors focaliza inicialmente, na missão dos educadores e da educação, segundo ele deve-se a mesma, ter a capacidade de englobar “... todos os processos que levem as pessoas, desde a infância até ao fim da vida, a um conhecimento dinâmico do mundo, dos outros e de si mesmas, combinando de maneira flexível as quatros aprendizagens fundamentais...” (pág. 104). Nesse sentido o autor dar uma maior ênfase à constante transformação do mundo e por conseqüente, às exigências impostas pelo progresso tecnológico e cientifico, que requerem de todos “... uma maior competitividade...” e deste modo, “... fazem com que os saberes e as competências adquiridos, na formação inicial, tornem-se, rapidamente, obsoletos e exijam o desenvolvimento da formação profissional permanente”. (pág.104).
De acordo com o que foi dito acima, encontra-se para Delors, o principal foco e missão da educação, que segundo ele, “A educação ao longo de toda a vida torna-se assim, para nós, o meio de chegar a um equilíbrio mais perfeito entre trabalho e aprendizagem bem como ao exercício de uma cidadania ativa”. (pág.105). Sobre essas questões, o autor insiste em destacar “... a responsabilidade da sociedade no domínio da educação...” que não “... depende, unicamente, de sistemas educativos”. (pág 110). Num mundo em que a força midiatica é cada vez maior, a mesma deve, segundo Jacques Delors, ser vista como, “... Parte integrante do nosso espaço cultural, no sentido mais amplo do termo. Os seus objetivos não são, necessariamente, de ordem educativa, mas tem um poder de sedução bem real, e é importante levar isso em conta’. (pág.115).
Já no sexto capitulo, o autor dar uma maior ênfase aos papeis que devem ser desempenhados tanto pelo ensino básico, quanto pela universidade; assim, Jacques Delors afirma que, É no seio da família mas também e mais ainda, ao nível da educação básica (que inclui em especial os ensinos pré – primário e primário) que se forjam as atitudes perante a aprendizagem...(pág.121). Nesse contexto, o autor reconhece que a qualidade do processo ensino – aprendizagem, constitui “... um dos grandes desafios dos finais do século XX”. (pág 122). Pois, somente assim, na interpretação de Delors, seremos capazes de “... Lutar com êxito contra as desigualdades quer entre sexos, quer no interior dos países ou entre eles”. (pág. 123). Mais uma vez, Jacques Delors atenta para a importância qualitativa dos sistemas educativos, segundo ele nesse processo, “... é preciso prestar particular atenção à qualidade do ensino”. (pág. 127).
Admitindo a grande importância da família no processo educativo, na seqüência das suas observações, Jacques Delors, por outro lado, aponta para a importância dos centros educativos quando, o núcleo familiar é deficiente, “A família é a primeira escola da criança, mas quando o meio familiar falha ou é deficiente, incumbe à escola manter vivas, ou mesmo fornecer, as potencialidades de aprendizagem”. (pág. 130). Não obstante, o autor mostra-nos o quanto é importante termos uma sociedade comprometida com a aprendizagem, uma vez que isso ocorra, a resolução dos diversos problemas são mais eficazes quando as “... comunidades locais... se esforçam por resolver os seus próprios problemas, aperfeiçoar-se e organizar-se, revelou-se uma solução mais eficaz do que as ações vindas de cima, visando impor o progresso”. (pág.132).
Ao refletir sobre o ensino secundário, Jacques Delors argumenta que o mesmo “... parece cristalizar muitas das esperanças e das criticas que suscitam os sistemas formais”. Isso se deve, segundo o autor, ao fato de famílias e alunos, considerarem-no “... fracassar na preparação dos jovens, tanto para o ensino superior como para a entrada no mundo do trabalho”. (pág. 134). Ou seja, para Delors, “A responsabilidade do ensino secundário é, pois, imensa porque é muitas vezes durante essas fase da vida escolar que o futuro do aluno ganha forma”. (pág. 139).
Jacques Delors na seqüência de suas reflexões, assinala a questão do ensino superior, nesse sentido o autor destaca que, “... o ensino superior constitui um fardo muito pesado para certos países mais pobres, freqüentemente com dificuldades orçamentais”. (pág. 140). Por outro lado, o autor admite que os centros universitários são os responsáveis por reunir, “... um conjunto de funções tradicionais associadas ao progresso e a transformação do saber: pesquisa inovação, ensino e formação, educação permanente”. (pág. 141). Segundo Delors tal importância das universidades, devem ser usadas também, No âmbito do seu papel social, para se discutir e encontrar resoluções para as “... grandes questões éticas e cientificas com as quais se confrontará a sociedade de amanhã...” (pág. 141).
Não obstante, o autor lembra-nos que, “As universidades tiveram de conceder mais espaço à formação cientifica e tecnológica para corresponder à procura de especialistas que estejam a par das tecnologias mais recentes...” (pág. 143). Assim, Jacques Delors destaca ainda que, “Além da tarefa de preparar numerosos jovens para a pesquisa ou para empregos qualificados a universidade deve continuar a ser a fonte capaz de matar a sede de saber...” (pág. 144).
Quando aborda as relações entre os núcleos de ensino superior dos paises ricos e os países em desenvolvimento, Delors afirma que, “... as universidades e os governos dos países “ricos em saber” deveriam esforça-se por todos os meios para aumentar o potencial e a capacidade de acesso à informação das regiões mais pobres do mundo”. (pág. 146). Uma outra questão digna de nota e que o autor confere empenho em retomar, diz respeito ao “objetivo” que todos os envolvidos com a educação devem seguir, tal objetivo na concepção de Jacques Delors é, “... reduzir a vulnerabilidade social dos jovens oriundos de meios marginais e desfavorecidos, a fim de romper o circulo vicioso da pobreza e da exclusão”.(pág.147).
De resto, Jacques Delors avalia criticamente o fato de muitos jovens que não possuem um diploma escolar, ficarem em uma enorme desvantagem na hora de conquistarem um emprego; “... o diploma adquirido no fim da escolaridade constitui ainda, muitas vezes, a única via de acesso a empregos qualificados...”. O autor congrega com a idéia de que deve-se dar um reconhecimento às competências desenvolvidas fora do ambiente escolar, “É, pois, importante que as competências adquiridas, ...durante a vida profissional, possam ser reconhecidas pelas empresas mas também pelo sistema educativo formal...” (pág. 149).
Por fim, queremos concluir pontuando que o autor, juntamente com a UNESCO, conseguiram traçar um importante panorama da educação. Bem como, as necessárias mudanças que se devem fazer para que todos, jovens e adultos, possam valer-se de um ensino capaz de atender as exigências de um mundo cada vez mais veloz em suas transformações e por conseqüente, com um mercado de trabalho cada vez mais especializado.
Por outro lado, essa importante obra não aponta somente para uma educação voltada ao mercado de trabalho, mas sim, que sua abrangência e qualidade possa ser capaz de ultrapassar esses limites. Ao que para ser concretizado, e fica bem explicitado no livro, requererá uma maior participação não somente dos governos, mas, de toda a comunidade comprometida com o progresso material, cultural e intelectual da sociedade global. Progresso esse, que almeje uma significativa redução das desigualdades existentes. No âmbito da sociedade civil pede-se uma maior participação nas escolas e um melhor aparelhamento do núcleo familiar. Aos governos e países, pede-se o estabelecimento de cooperações entre as nações desenvolvidas e as que ainda encontram-se em dificuldades de alcançar tal desenvolvimento. Portanto, educação: um tesouro a descobrir, conclama todos a se envolverem nessa grande missão que se chama educação.
Bibliografia:
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. – 3 ed. – são Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 1999.
Um comentário:
Play Online Casino Games Anywhere with Real Money
Play online casino games for Real Money anywhere 바카라 in the 제왕 카지노 world, guaranteed! ☝️ Welcome Bonuses ⭐ Free 인카지노 Spins ⚡ Fast Payouts.
Postar um comentário