sábado, 19 de julho de 2008

Reflexão acerca da educação Aristocrata do século XIX
à educação industrial
Quando refletimos acerca dos problemas que envolvem a educação brasileira, principalmente no seu atual estágio, devemos antes de qualquer conclusão, analisarmos sua formação histórica; ou seja, as perspectivas sociais, econômicas e políticas que marcaram a história do Brasil, quando, para atender e inserida a tais conjunturas, a educação vai ser trabalhada sob diferentes modelos implantados.
Desta forma, o primeiro modelo educacional implantado no Brasil passa a existir a partir de 1547, quando aqui chegaram os primeiros jesuítas. Nesse contexto, devemos verificar que o principal objetivo da educação consistia em suplantar cada vez mais a cultura portuguesa e cristã em detrimento à cultura dos Índios. Era, portanto, um modelo que tinha por fim, oferecer um controle mais eficaz dos colonizadores portugueses, como também, iniciar os filhos desses colonizadores às primeiras letras. É assim, que iremos ter a formação e manutenção de um sistema político e social voltado exclusivamente aos interesses da metrópole, “A centralização do poder, o uso da força e do castigo, a escravidão, a distinção de classes, a inferioridade do povo permaneciam como ingredientes culturais fortes”.
[1] Será esse tipo de organização, excludente e com forte presença da igreja, característico a quase todo o período colonial, vindo a ser desfeito apenas em 1759 com as políticas pombalinas, que embora oferecesse uma educação laica, não atingiu resultados satisfatórios.
É interessante observarmos uma outra questão fortemente presente no modelo educacional brasileiro desse período, seu caráter domestico, quando os filhos de famílias abastadas – leia-se fazendeiros – tinham uma educação desenvolvida na própria fazenda, muitas vezes através de padres. Essa particularidade nos mostra a ausência ou ineficiência de uma política estatal, que se manterá mesmo com a chegada da família Real e a elevação do Brasil à condição de Reino, quando o ensino básico não sofrerá significativas transformações, “O ensino médio e o ensino elementar ainda continuam aristocratizados e cada vez mais aristocratizantes, mas com outro espírito, com outra finalidade de educação, com outro mito, com outra filosofia...”
[2]. O autor José Antônio Tobias, pontuou claramente acima, todas as características de um sistema excludente, cuja apreensão do conhecimento não tem como foco abarcar a grande maioria da população, muito pelo contrário, aqui, o ensino é antes uma forma de controle e de doutrinação do que uma educação que leve o individuo a uma liberdade de pensamento.
Essa estrutura continuará com seus reflexos durante todo o século XIX, mesmo após a independência brasileira, aqueles que chegam ao poder são exatamente os que defendiam a continuação de uma sociedade escravocrata e, portanto, enxergavam na educação um meio de manter a ordem tal como está, como bem aponta Teixeira Lopes no livro 500 anos de educação no Brasil, segundo a autora “... para a elite brasileira, a escola para os pobres, mesmo em se tratando de brancos e livres, não deveria ultrapassar o aprendizado das primeiras letras”.
[3] Sem querermos ser repetitivos, somos forçados a admitir que será nesta linha de raciocínio peculiar a uma sociedade escravista, que vamos encontrar a gênese de todo o desenvolvimento de um modelo educacional que confere a alguns poucos, a manutenção de um enorme contingente populacional sem vislumbrarem perspectivas de mudanças na estrutura social e política do país.
Todavia, como bem apontou Caio Prado, independente daqueles que tomam o poder com a emancipação política do Brasil, surgirão ou ficarão em maior evidencia, sobretudo na segunda metade do século XIX, “o embate... entre os diferentes grupos e classes em que se divide a sociedade colonial”.
[4] Podemos identificar nessa fala do autor, o fortalecimento de uma classe média urbana e seus interesses. É ainda segundo Caio Prado, o surgimento de “Um incipiente capitalismo” que nesse contexto já dava aqui seus primeiros e modestos passos. [5] Ou seja, após a independência, pouco a pouco vão processando um conjunto de modificações nos hábitos sociais; um acentuado crescimento da população urbana que trazia como exigências, um novo modo de lidar com a educação. Analisando mais a fundo o final do século XIX, vamos observar que o mesmo traz ainda, um intenso clamor pelo fim do trabalho servil, o que ocorre em 1888.
A liberdade dos escravos, o fim do império e o conseqüente advento da República, movimentos que ocorreram no final do século XIX, teêm seus desdobramentos no inicio do século XX. Para José Mario Pires Azanha, no livro Estrutura e funcionamento da educação básica, é exatamente nesse contexto de início de século que a educação passa de fato a ser vista como um problema de âmbito nacional, segundo o autor, “A proclamação da república, embora tenha alterado, em alguns pontos, substantivamente a ordenação legal da educação brasileira, pouco modificou o quadro vigente”.[6] Segue o mesmo autor, “É verdade que a República, nos seus inícios, foi pródiga em reformas... mas foi preciso esperar até a década de 20 para que, realmente, o debate educacional ganhasse um espaço social mais amplo”.[7] Isso se dar pelo crescimento da industrialização e pelo aumento de um maior número de trabalhadores – operários, que naturalmente, ansiavam e pressionavam por uma maior mobilidade social. É em conseqüência dessa conjuntura, que a educação brasileira passa a de fato, ter a missão de responder a tais expectativas.
Para que isso fosse possível, uma serie de fatores vieram a contribuir, como por exemplo a expiração das oligarquias, que permite, principalmente com a revolução de 30, a criação de um Estado centralizador. É oportuno observarmos que o governo getulista vai levar o Estado a intervir em todos os segmentos da nação, e a escola nesse sentido, não ficará de fora. Por outro lado, devemos ser cautelosos diante das transformações que se efetuarão no âmbito escolar a partir da primeira metade do século XX, sobretudo se verificarmos que a mesma passa a ser desenvolvida, num determinado momento, com o fim de atender a uma lógica capitalista e industrial, plenamente estabelecidos na dinâmica econômica brasileira, com o fortalecimento cada vez maior do ensino técnico. Para corroborar com o nosso ponto de vista nos valeremos das autoras, Maria de Lourdes Mariotto e Leonor Maria, quando ambas no livro Estrutura e funcionamento da educação básica, estudam as políticas educacionais desse período, e destacam da seguinte forma:
“Embora elevado a posição dos cursos técnicos na estrutura vertical do sistema e instituindo um paralelismo entre eles e o ensino secundário – em termos de duração e divisão em ciclos – , as Leis Orgânicas representaram a definição perfeita de uma estrutura estratificada de ensino pós – primário, no interior do qual era mantido o velho dualismo entre o ensino popular e de elites”.
[8]

O que fica registrado acima se trata de um ponto crucial do modelo educacional brasileiro e o principal problema a ser enfrentado, uma vez que, vem a explicitar a herança de um ponto de vista elitista, senão continuidade de uma mentalidade, perfeitamente identificável nos séculos anteriores. Diante disso devemos refletir sobre a dimensão que tal modelo oferece no que confere à diminuição da desigualdade social ou, se o mesmo não se trata apenas de uma alfabetização funcional, contribuindo tão somente para a permanecia das mesmas praticas e diferenciações que marcaram a história brasileira.
Gostaríamos de concluir destacando a rica possibilidade de analise e reflexão que o enunciado nos proporcionou, uma vez que, ao abordarmos a educação nacional desde sua origem até a nossa contemporaneidade, nos levou a compreender as causas das disparidades sociais e econômicas existentes em nossa sociedade, pois, sem sobra de duvidas são elementos que necessariamente, exigem um conjunto de políticas educacionais responsáveis, não queremos com isso afirmar que não houveram pessoas responsáveis nessa questão, mas, grosso modo, o que temos hoje de realidade, é uma educação pouco eficiente naquilo que deferia ser sua função primária: proporcionar oportunidades iguais a todos os cidadãos, não somente em termos do mercado de trabalho mas também e principalmente, no que confere á oportunidade de autonomia perante suas próprias escolhas e perante as escolhas políticas do país.


bibliografia

PRADO JUNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970.

MENESES, João Gualberto de Carvalho. Estrutura e funcionamento da educação básica – leituras. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2001.

TEIXEIRA LOPES, Marta Eliane. (org). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: 3 ed. Autentica, 2003.

TOBIAS, José Antonio. História da Educação brasileira. São Paulo: Editora Juriscredi LTDA.

[1] TEIXEIRA LOPES, Marta Eliane. (org). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: 3 ed. Autentica, 2003. P. 56.
[2] TOBIAS, José Antonio. História da Educação brasileira. São Paulo: Editora Juriscredi LTDA.PG. 158.
[3] TEIXEIRA LOPES, Marta Eliane. (org). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: 3 ed. Autentica, 2003. P. 136.
[4] PRADO JUNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. P. 142.

[5] Ibidem. P. 193.
[6] MENESES, João Gualberto de Carvalho. Estrutura e funcionamento da educação básica – leituras. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2001. P. 104.

[7] Ibidem. P. 105.
[8] MENESES, João Gualberto de Carvalho. Estrutura e funcionamento da educação básica – leituras. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2001. P. 91

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Publicado na Folha de São Paulo, 16/12/2007

Uma cruzada pela educação
Antônio Ermírio de Moraes

Na edição de 25/11, tive a satisfação de aplaudir nesta coluna os brilhantes resultados alcançados pelos alunos do Senai que classificaram o Brasil em segundo lugar na Olimpíada das Profissões, realizada no Japão.
Na semana seguinte, recebi uma ducha de água fria ao saber que os alunos brasileiros ocupam os últimos lugares no mundo no desempenho em ciências, matemática e português. Isso está se tornando uma doença crônica. O que fazer?
Sabemos que os resultados dos investimentos em educação são lentos. Mas precisamos encontrar uma fórmula de queimar etapas e acelerar o processo.
Sem ser especialista nesse campo, vejo que os pesquisadores recomendam atacar prioritariamente a melhoria da gestão das escolas, o aperfeiçoamento dos professores, o apoio aos estudantes desprotegidos e o rigor na avaliação.
No campo da avaliação, já demos bons passos. Pode estar aí o passo inicial para encurtar o caminho. A Prova Brasil avalia os alunos da quarta e oitava séries, e o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) examina os alunos do terceiro ano do ensino médio. Com base neles, é possível saber o que está acontecendo nas escolas da rede pública, incluindo o desempenho dos alunos e dos professores. São instrumentos úteis para corrigir rumos.
Para facilitar o seu uso, sugiro que as empresas ajudem os seus funcionários, via internet, a conhecer qual é a situação da escola onde estudam seus filhos.
Nesse caso, pais e empresários passariam a cobrar um melhor ensino, exigindo dos diretores, professores e autoridades governamentais uma educação com o maior empenho possível.
A força da demanda é estratégica para o Brasil subir alguns degraus entre os países com os quais compete e para se chegar a uma democracia adulta. Sim, porque a boa educação é importante não só para o trabalho mas, sobretudo, para o exercício da cidadania.
Precisamos dar uma virada para ganhar um pouco do tempo perdido. Não adianta continuarmos a fazer diagnósticos e a promover comparações com outros países. Já conhecemos a problemática. Estamos atrás da "solucionática".
Minha sugestão, portanto, é a de organizar mecanismos para aumentar a pressão da demanda pelo bom ensino.
Faz-se necessário montar um grande movimento social uma verdadeira cruzada - cujo lema seria: pais e empresários de todo o Brasil, uni-vos para melhorar a educação.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Resenha: A escrita da História.

O historiador Peter Burke tem diversos estudos e pesquisas na área historiográfica, atualmente história cultural na Universidade de Cambridge, Inglaterra, sendo ainda bastante conhecido no meio acadêmico brasileiro por participar de diversos cursos e reuniões cientifica nas Universidades brasileiras, além de ter importantes obras suas editadas pela Companhia das Letras, cultura popular na Idade Moderna; pela Editora Brasiliense, Veneza e Amsterdã e pela Editora Unesp, A Escola dos Annales. Seu livro, A escrita da história: novas perspectivas, publicado em 1992 pela editora Unesp, é uma importante compilação de escritos organizados por esse renomado historiador, onde se busca refletir sobre o progresso e expansão da historiografia do século XX. Constituindo-se obra indispensável para pesquisadores, estudantes e a todos aqueles que dão atenção e importância às tendências e metodologias da História. Nossa proposta será a de realizar uma resenha, do primeiro capitulo dessa significativa obra.
Dito isto, já no inicio do capitulo Peter Burke coloca que, “Mais ou menos na última geração, o universo dos historiadores se expandiu a uma velocidade vertiginosa”. (pág. 6. Peter Burke). No entanto, se essa expansão traz a possibilidade de um maior enriquecimento à produção historiográfica, ela também trará alguns percalços e discussões. Nesse sentido o autor destaca que, “A história nacional, dominante no século dezenove, atualmente tem de competir com a história mundial e a história regional (antes deixada a cargo de antiquados amadores)”. (pág. 6. Peter Burke). Ou seja, uma nova perspectiva se abre, as barreiras históricas são rompidas e um novo e maior conhecimento no campo da história ganha espaço.
Burke discorre sobre essa expansão, onde a história social se desprende da história econômica e a história política vem a encontrar-se dividida, “Neste universo que se expande e se fragmenta, há uma necessidade crescente de orientação”. (Burke. Pág.9); trata-se de uma questão que estará constantemente presente no desenvolvimento da Nova História, tendência essa que constitui o foco inicial das reflexões de Burke. Assim, ao abordar a Nova História, o autor faz pertinentes indagações: “O que é a chamada nova história? Quanto ela é nova? É um modismo temporário ou uma tendência de longo prazo? Ela irá – ou deverá – substituir a história tradicional, ou as rivais podem coexistir pacificamente?” (Burke. Pág.9). São questões que deverão ser levadas em consideração se observarmos os problemas inerentes a esse novo paradigma proposto pela Nova História e a grande contribuição à historiografia, que a história tradicional ofereceu.
Na seqüência de suas observações e procurando responder à primeira indagação levantada anteriormente, Peter Burke é categórico ao afirmar que, “A nova história é a história escrita como uma reação deliberada contra o ‘paradigma’ tradicional...”, (Burke. Pág.10); é de se destacar ainda, a grande importância e influência a nova história, da escola dos Annales, escola criada por Marc Bloch, que apresentava uma proposta de oferecer um estudo histórico abrangente e total. Vale frisar que ambas escolas, os Annales e a nova história representam, uma resposta ao positivismo tão predominante no século XIX. Aliás, quando Burke fala em paradigma tradicional, acreditamos que o mesmo, refere-se a essa corrente.
Diante do exposto acima, é importante salientarmos que segundo Peter Buker “... a nova história começou a se interessar por virtualmente toda a atividade humana. Nos últimos trinta anos nos deparamos com varias histórias notáveis de tópicos que anteriormente não se havia pensado possuírem uma história...”. (Pág.11); Partindo do pressuposto atual de que a história é tudo aquilo que o homem produz, os precursores da nova história bem como ela própria podem ser vistos como vanguardistas e ousados, ao lançarem essas bases ainda no século XX, senão antes.
Discutindo os contrastes entre o modelo anterior de se estudar a história e o novo, ou seja, entre a história tradicional e a nova história, Peter Burke avalia criticamente a contribuição que a primeira ofereceu, segundo ele, ao argumentar que a história deveria ser baseada apenas em documentos, proposta rankeana, o resultado de tal ênfase foi a negligência de outras evidencias ocasionando um esquecimento a tudo o que foi feito antes da escrita. Por outro lado, Burke destaca que o movimento da “história vista de baixo” põe em evidência as limitações dos documentos sua vez expôs as limitações desse tipo de documento. “Os registros oficiais em geral expressam o ponto de vista oficial. Para reconstruir as atitudes dos hereges e dos rebeldes, tais registros necessitam ser suplementados por outros tipos de fonte”. (pág.13). Não obstante, devemos ressaltar que se o relato histórico restrito apenas a fontes documentais, característica da historiografia tradicional, prejudicou a utilização de outras fontes e por conseqüente, o desprezo por grande parte dos feitos realizados antes da invenção da escrita, não devemos negar que, essa produção constituiu uma grande herança aos historiadores futuros, uma vez que estes, tiveram um maior instrumento para posteriormente confrontar, com as novas fontes, aquele período histórico documentado.
Peter Burke dar em seguida, uma maior ênfase à influência dos Annales para a nova história, nesse sentido o autor ressalta que, comumente associa-se a nova história a três expoentes fundadores dos Annales, Lucien Febvre, Marc Bloch e posteriormente Fernand Braudel; sem desmerecer o trabalho e a importância desses três pesquisadores, Burke pontua que, “... eles não estavam sozinhos em sua revolta contra os rankeanos. Na Alemanha, por volta de 1900, Karl Lamprecht tornou-se impopular, expressando seu desafio ao paradigma tradicional”. (pág.17). Nesse particular, podemos questionar o por que então, de tão forte presença de franceses e do pensamento francês nessas duas correntes? Podemos explicar esse dilema observando que por muito tempo, a história francesa vem a exercer a função de guia dentro das ciências sociais daquele país, diferentemente, por exemplo, dos países de língua inglesa em que as ciências sociais advêm preferencialmente da Antropologia ou Sociologia.
Em seguida, Peter Burke debruça-se sobre os problemas de definição da nova história, no entanto, antes de aprofundar o debate nessa questão, o autor lembra a crise passada pelo paradigma tradicional, que consistia, sobretudo, na sua inadequação de método diante de um mundo em transformação, “A descolonização e o feminismo... são dois movimentos que obviamente tiveram grande impacto sobre a escrita histórica recente...”, (Pág. 20). Fica claro então, que o paradigma tradicional não era capaz de atender a essa nova estrutura política e social, o que permitiu o surgimento ou, o fortalecimento da nova história.
Assim, diante do quadro apresentado e que permitiu o declínio do antigo modelo historiográfico, Burke acerca do novo modelo reitera, “... o novo paradigma também tem seus problemas: problemas de definição, problemas de fontes, problemas de métodos, problemas de explicação”. (Pág.20). São questões que o autor explorará no desenvolvimento das suas observações, mas, queremos pontuar que tais problemas passam a ser inerentes a toda nova abordagem, onde os métodos de pesquisa, uma vez que não se encontram prontos, precisam de tempo para que se desenvolvam e amadureçam. Para corroborar com nossa colocação temos, segundo o ponto de vista de Burke que, “Os problemas de definição ocorrem porque os novos historiadores estão avançando em território não familiar”. (Pág.21). Como já foi dito em páginas precedentes, é um novo horizonte que se afigura à historiografia.
Deste modo, ao tomar pra si a responsabilidade em apresentar uma história “vista de baixo”, a nova história viu-se diante de inúmeros problemas de definição, doravante, Burke discute tais problemas, que vão desde da história política à história econômica, passando pela medicina educação e cultura; nesse último item o autor levanta a seguinte questão: “... se utilizarmos o termo em um sentido amplo, temos, pelo menos, que nos perguntar o que não deve ser considerado como cultura?” (Pág.23). É relevante percebermos, que o termo cultura passa a ser utilizado já no século XVIII, entre os filósofos franceses e alemães, sem, no entanto, chegarem a uma definição consensual do termo; acreditamos que definir o que vem a ser ou não cultura, é um problema latente ainda nos dias atuais.
Passando dos problemas de definição, aos problemas das fontes, Peter Burke comunga da seguinte idéia, “Os maiores problemas para os novos historiadores... são certamente aqueles das fontes e dos métodos”. (Pág.25). Nesse sentido, o autor analisa que muitos historiadores se valeram da história oral, enquanto outros tomaram como fonte as imagens ou a estatística. Pegando em particular o caso das imagens, mas destacando aqui as imagens colhidas de filmes como fonte historiográfica, gostaríamos de ressaltar que a mesma também apresenta limitações, como bem apontou José Luiz Werneck da Silva; segundo esse autor “... existe uma manipulação ideológica prévia de imagens, assim como uma articulação da linguagem cinematográfica com a produção do filme e com o contexto de sua realização”.
[1]
Peter Buker segue oferecendo outros elementos de discussão acerca dos problemas das fontes que a nova história enfrenta, conferindo enfoque à relação entre historiadores e arqueólogos, ou, a cultura material como fonte, segundo o autor, “Os historiadores estão começando a competir com eles... (arqueólogos) pelo menos prestando mais atenção aos objetos físicos”. (Pág.28). Peter Buker fala-nos de competição, mas, no entanto, devemos encarar essa questão como cooperação, uma vez que se torna demasiadamente difícil o historiador tomar o lugar do antropólogo ou vice – versa; acreditamos que um trabalho mais frutífero deva consistir no estabelecimento de diálogos entre as duas ciências.
O autor também não se furta em apontar algumas contradições desse cenário, de acordo com Burke “De forma bastante irônica, a história da cultura material, área que tem atraído grande interesse nos últimos anos, é baseada menos no estudo dos artefatos em si, do que nas fontes literárias”. (Pág.29). Tal colocação feita vem a corroborar com a nossa tese de que não se deve, estabelecer uma competição entre historiadores e antropólogos, uma vez que os primeiros ainda encontram obstáculos e limitações no trato com utensílios materiais.
Refletindo sobre os problemas de explicação, Peter Buker assinala que, é função do historiador fazer uma constante analise retrospectiva da explicação histórica, “... uma vez que as tendências culturais e sociais não podem ser analisadas da mesma maneira que os acontecimentos políticos. Elas requerem mais explicação estrutural”. (pág.31). Ou seja, tal explicação histórica como aponta o autor, e considerando, sobretudo, a proposta da nova história que é produzir uma história vista de baixo, o que significa exatamente trabalhar com as diversas culturas e sociedades, deve então, ser baseada no fato de que tanto a cultura de uma sociedade como essa sociedade em si, não apresentam transformações bruscas, diferentemente dos movimentos políticos.
Uma outra vertente metodológica que chama a atenção de Peter Buker satisfatoriamente, é o grupo que ficou conhecido como psico – historiadores (Pág.32). Tendência que ganhou grande destaque nos Estados Unidos. Ainda sobre essa questão, mais a frente o autor afirma que, “... será de particular importância, visto que ela vincula os debates sobre a motivação consciente e inconsciente àqueles sobre as explicações individuais e coletivas”. (Pág. 34). Peter Burke oportunamente nos indica uma nova metodologia histórica, quando a mesma, procura estudar as motivações culturais e ideológicas de cada individuo ou de uma sociedade, apontando para uma interpretação em que os acontecimentos não recaem unicamente sobre um personagem, ou um líder e seus “cegos” seguidores.
Por fim, Peter Buker analisa os problemas de síntese, aqui, o autor chama nossa atenção para o fato de que, “A disciplina da história está atualmente mais fragmentada que nunca”. (Pág.35). Embora enxergamos com bons olhos a expansão de conteúdos e abordagens pela qual constitui a historiografia atual, somos forçados a admitir que a mesma corria o risco e acabou por submeter-se a essa fragmentação, assim, Peter Buker avalia tal contexto da seguinte forma, “Os historiadores econômicos são capazes de falar a linguagem dos economistas, os historiadores intelectuais, a linguagem dos filósofos, e os historiadores sociais, os dialetos dos sociólogos e dos antropólogos sociais...” concluindo que “... estes grupos de historiadores estão descobrindo ser cada vez mais difícil falar um com o outro”. (Pág. 35). Nossa avaliação baseia-se na tese de que, essa falta de dialogo entre os próprios historiadores, e não obstante, sua facilidade na linguagem com outras áreas pode incorrer no risco desses historiadores, não absorverem nenhuma das duas ciências.
Ademais, Peter Buker reflete positivamente “Ainda estamos a uma longa distância da história total defendida por Braudel. Na verdade, seria irrealista acreditar que esse objetivo poderia um dia ser alcançado – mas alguns passos a mais foram dados em sua direção”. (Pág. 37). Mesmo com todos os problemas inerentes a uma nova atuação, a nova história passa a oferecer um rico e estimulante paradigma teórico dentro da história, onde cada vez mais novas abordagens surgem e ganham relevância. Achamos prudente concluir esta resenha, destacando nosso compromisso em buscar interpretar os principais pontos comentados e discutidos por Peter Buker, onde em alguns momentos o autor evidenciou os erros e dificuldades dessa nova abordagem histórica, a nova história; que como bem frisou em seu texto, não é tão nova como muitos imaginavam. Assim, nesse dialogo, reforçamos ou complementamos suas observações oferecendo pontuais criticas.

Bibliografia:
BURKE, P. (org.). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo:UNESP, 1992. 354 p.




[1] José Luiz Werneck da Silva. Do desprezo ao temor: o filme como fonte para o historiador. História em cadernos, Mestrado de História IFCS/UFRJ, vol. II, n 1, janeiro – agosto 1984.

domingo, 6 de julho de 2008

Resumo

O livro educação um tesouro a descobrir, como o próprio titulo já aponta, trata-se de um relatório encaminhado à UNESCO; o mesmo visa lançar reflexões sobre os caminhos que a nova sociedade dos séculos XX e XXI devem traçar no sentido de promover uma educação de qualidade a jovens e adultos. Nesse sentido, nosso resumo, a partir dos três capítulos (4, 5 e 6), buscará destacar as principais referências que o mesmo aponta para se entender e se chegar a essa qualidade do aprendizado.
Dito isto, observamos que o autor, Jacques Delors já adianta no inicio do quarto capitulo que, “... o próximo século submeterá a educação a uma dura obrigação que pode parecer, à primeira vista, quase contraditória”. Fica claro então, por meio desta afirmação, a grande responsabilidade não somente dos educadores, mas de toda uma sociedade no processo de assimilação e transmissão do conhecimento. Para que tais objetivos sejam alcançados o autor ainda afirma que, “Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada individuo, os pilares do conhecimento...”(pág.90). Que são eles: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a viver junto com os outros e aprender a ser.
São instrumentos de aprendizagem indispensáveis para que a educação seja de fato, um norte a ser seguido numa sociedade cada vez mais veloz em suas transformações; segundo Delors, “À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele”. (pág. 89). Não obstante, ao apontar como essenciais os quatro pilares que a educação deve se apoiar, o autor admite que o “ensino formal” dar uma maior ênfase somente ao “... aprender a conhecer e ao aprender a fazer” (pág.90). Nesse sentido, Jacques Delors destaca que o “fundamento” no qual objetiva essa aprendizagem por meio dos quatro pilares, é levar o ser humano a adquirir “... o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir”. (pág.91).
Entretanto, alguns obstáculos se apresentam no processo de conhecer e por conseqüente no processo de aprender, pois, de acordo com o autor, “Desde a infância, sobretudo nas sociedades dominadas pela imagem televisiva, o jovem deve aprender a prestar atenção às coisas e às pessoas”.(pág.92). Áliás, como bem explicita a obra, trata-se de algo difícil de ser realizado, uma vez que, “A sucessão muito rápida de informações mediatizadas, o “zapping” tão freqüente, prejudicam de fato o processo de descoberta, que implica duração e aprofundamento da apreensão”. (pág.92).
Em uma sociedade industrial, mas que, os processos de industrialização estão em constante evolução, a transmissão do conhecimento, de acordo com Delors, não deve restringir-se a, “... continuar a ter o significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo participar no fabrico de alguma coisa”. (pág.93). Ou seja, “... a aprendizagem não se destina, apenas, a um só trabalho mas tem como objetivo mais amplo preparar para uma participação formal ou informal no desenvolvimento”. (pág.96). Tal aprendizagem significa, na concepção do autor, oferecer uma maior “qualificação social” do que “profissional”.
Na seqüência do seu estudo, Jacques Delors, empenha-se em trabalhar a questão do aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros, é digno de nota apontarmos que segundo o autor, tal tarefa representa o maior desafio da educação; esse desafio consiste para Delors, no fato de que atualmente, existi um “... clima geral de concorrência que caracteriza, atualmente, a atividade econômica no interior de cada país, e sobretudo em nível internacional...” (pág.97). Naturalmente esse clima, abre espaço à “... Competição e ao sucesso individual”. Devemos assinalar ainda, que Jacques Delors, nesse particular, faz uma análise critica da educação ao afirmar que, “É de lamentar que a educação contribua, por vezes, para alimentar este clima, devido a uma má interpretação da idéia de emulação”.(pág.97).
Esse espírito de competição também acaba fomentando o preconceito entre os grupos sociais, assim, para que se tenha uma interação saudável entre esses diversos grupos sociais, Jacques Delors destaca que, “A educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta”. (pág.97). Argumentando que deve sim, haver um confronto dessas diferenças, mas, um “... confronto através do dialogo e da troca de argumentos...”; é por meio desse dialogo que o ser humano será capaz de “... elaborar pensamentos autônomos e críticos e... formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstancias da vida”. (pág.99).
Já no quinto capitulo, Jacques Delors focaliza inicialmente, na missão dos educadores e da educação, segundo ele deve-se a mesma, ter a capacidade de englobar “... todos os processos que levem as pessoas, desde a infância até ao fim da vida, a um conhecimento dinâmico do mundo, dos outros e de si mesmas, combinando de maneira flexível as quatros aprendizagens fundamentais...” (pág. 104). Nesse sentido o autor dar uma maior ênfase à constante transformação do mundo e por conseqüente, às exigências impostas pelo progresso tecnológico e cientifico, que requerem de todos “... uma maior competitividade...” e deste modo, “... fazem com que os saberes e as competências adquiridos, na formação inicial, tornem-se, rapidamente, obsoletos e exijam o desenvolvimento da formação profissional permanente”. (pág.104).
De acordo com o que foi dito acima, encontra-se para Delors, o principal foco e missão da educação, que segundo ele, “A educação ao longo de toda a vida torna-se assim, para nós, o meio de chegar a um equilíbrio mais perfeito entre trabalho e aprendizagem bem como ao exercício de uma cidadania ativa”. (pág.105). Sobre essas questões, o autor insiste em destacar “... a responsabilidade da sociedade no domínio da educação...” que não “... depende, unicamente, de sistemas educativos”. (pág 110). Num mundo em que a força midiatica é cada vez maior, a mesma deve, segundo Jacques Delors, ser vista como, “... Parte integrante do nosso espaço cultural, no sentido mais amplo do termo. Os seus objetivos não são, necessariamente, de ordem educativa, mas tem um poder de sedução bem real, e é importante levar isso em conta’. (pág.115).
Já no sexto capitulo, o autor dar uma maior ênfase aos papeis que devem ser desempenhados tanto pelo ensino básico, quanto pela universidade; assim, Jacques Delors afirma que, É no seio da família mas também e mais ainda, ao nível da educação básica (que inclui em especial os ensinos pré – primário e primário) que se forjam as atitudes perante a aprendizagem...(pág.121). Nesse contexto, o autor reconhece que a qualidade do processo ensino – aprendizagem, constitui “... um dos grandes desafios dos finais do século XX”. (pág 122). Pois, somente assim, na interpretação de Delors, seremos capazes de “... Lutar com êxito contra as desigualdades quer entre sexos, quer no interior dos países ou entre eles”. (pág. 123). Mais uma vez, Jacques Delors atenta para a importância qualitativa dos sistemas educativos, segundo ele nesse processo, “... é preciso prestar particular atenção à qualidade do ensino”. (pág. 127).
Admitindo a grande importância da família no processo educativo, na seqüência das suas observações, Jacques Delors, por outro lado, aponta para a importância dos centros educativos quando, o núcleo familiar é deficiente, “A família é a primeira escola da criança, mas quando o meio familiar falha ou é deficiente, incumbe à escola manter vivas, ou mesmo fornecer, as potencialidades de aprendizagem”. (pág. 130). Não obstante, o autor mostra-nos o quanto é importante termos uma sociedade comprometida com a aprendizagem, uma vez que isso ocorra, a resolução dos diversos problemas são mais eficazes quando as “... comunidades locais... se esforçam por resolver os seus próprios problemas, aperfeiçoar-se e organizar-se, revelou-se uma solução mais eficaz do que as ações vindas de cima, visando impor o progresso”. (pág.132).
Ao refletir sobre o ensino secundário, Jacques Delors argumenta que o mesmo “... parece cristalizar muitas das esperanças e das criticas que suscitam os sistemas formais”. Isso se deve, segundo o autor, ao fato de famílias e alunos, considerarem-no “... fracassar na preparação dos jovens, tanto para o ensino superior como para a entrada no mundo do trabalho”. (pág. 134). Ou seja, para Delors, “A responsabilidade do ensino secundário é, pois, imensa porque é muitas vezes durante essas fase da vida escolar que o futuro do aluno ganha forma”. (pág. 139).
Jacques Delors na seqüência de suas reflexões, assinala a questão do ensino superior, nesse sentido o autor destaca que, “... o ensino superior constitui um fardo muito pesado para certos países mais pobres, freqüentemente com dificuldades orçamentais”. (pág. 140). Por outro lado, o autor admite que os centros universitários são os responsáveis por reunir, “... um conjunto de funções tradicionais associadas ao progresso e a transformação do saber: pesquisa inovação, ensino e formação, educação permanente”. (pág. 141). Segundo Delors tal importância das universidades, devem ser usadas também, No âmbito do seu papel social, para se discutir e encontrar resoluções para as “... grandes questões éticas e cientificas com as quais se confrontará a sociedade de amanhã...” (pág. 141).
Não obstante, o autor lembra-nos que, “As universidades tiveram de conceder mais espaço à formação cientifica e tecnológica para corresponder à procura de especialistas que estejam a par das tecnologias mais recentes...” (pág. 143). Assim, Jacques Delors destaca ainda que, “Além da tarefa de preparar numerosos jovens para a pesquisa ou para empregos qualificados a universidade deve continuar a ser a fonte capaz de matar a sede de saber...” (pág. 144).
Quando aborda as relações entre os núcleos de ensino superior dos paises ricos e os países em desenvolvimento, Delors afirma que, “... as universidades e os governos dos países “ricos em saber” deveriam esforça-se por todos os meios para aumentar o potencial e a capacidade de acesso à informação das regiões mais pobres do mundo”. (pág. 146). Uma outra questão digna de nota e que o autor confere empenho em retomar, diz respeito ao “objetivo” que todos os envolvidos com a educação devem seguir, tal objetivo na concepção de Jacques Delors é, “... reduzir a vulnerabilidade social dos jovens oriundos de meios marginais e desfavorecidos, a fim de romper o circulo vicioso da pobreza e da exclusão”.(pág.147).
De resto, Jacques Delors avalia criticamente o fato de muitos jovens que não possuem um diploma escolar, ficarem em uma enorme desvantagem na hora de conquistarem um emprego; “... o diploma adquirido no fim da escolaridade constitui ainda, muitas vezes, a única via de acesso a empregos qualificados...”. O autor congrega com a idéia de que deve-se dar um reconhecimento às competências desenvolvidas fora do ambiente escolar, “É, pois, importante que as competências adquiridas, ...durante a vida profissional, possam ser reconhecidas pelas empresas mas também pelo sistema educativo formal...” (pág. 149).
Por fim, queremos concluir pontuando que o autor, juntamente com a UNESCO, conseguiram traçar um importante panorama da educação. Bem como, as necessárias mudanças que se devem fazer para que todos, jovens e adultos, possam valer-se de um ensino capaz de atender as exigências de um mundo cada vez mais veloz em suas transformações e por conseqüente, com um mercado de trabalho cada vez mais especializado.
Por outro lado, essa importante obra não aponta somente para uma educação voltada ao mercado de trabalho, mas sim, que sua abrangência e qualidade possa ser capaz de ultrapassar esses limites. Ao que para ser concretizado, e fica bem explicitado no livro, requererá uma maior participação não somente dos governos, mas, de toda a comunidade comprometida com o progresso material, cultural e intelectual da sociedade global. Progresso esse, que almeje uma significativa redução das desigualdades existentes. No âmbito da sociedade civil pede-se uma maior participação nas escolas e um melhor aparelhamento do núcleo familiar. Aos governos e países, pede-se o estabelecimento de cooperações entre as nações desenvolvidas e as que ainda encontram-se em dificuldades de alcançar tal desenvolvimento. Portanto, educação: um tesouro a descobrir, conclama todos a se envolverem nessa grande missão que se chama educação.

Bibliografia:
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. – 3 ed. – são Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 1999.